sexta-feira, dezembro 30, 2005

Homens...

Ando para aqui preocupada com coisas completamente surreais!
Vou fazer uma pausa!

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Changes

Chegou a altura de mudar.
Hoje é o dia de mudar. De começar a repensar.
Não é por o ano acabar, nem por a chuva ter voltado nem por nada de muito especial ter acontecido.
Hoje mudo-me e pronto!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Nada é por acaso

Vivo sem viver. Por ti.
Algum dia me queres?
Faço parte de uma juventude turbulenta e possuo a veneração de muitos. As minhas palavras desencadeiam espanto e polémica e movem paixões.
Paixões que não são as minhas. Tento transmitir tudo sem arrogância e sem interferir no julgamento ou nas convicções alheias.
Pensei muito e cheguei á conclusão de que o belo depende do feio, assim como a vida talvez dependa da morte.
Nada é por acaso. Nada é sem propósito.
Abafo as lágrimas e a incerteza diante de quem me pode ouvir e espero poder abandonar-me á violência do sofrimento noutro mundo. Num sítio onde só eu existo.
Estou vazia.
Cheia da tua falta.
Tenho o coração magoado.
As lembranças são como feridas abertas e mudas que calo numa saudade irremediavelmente ausente.
Rememoro a violência dos teus beijos, as tuas mãos ágeis, as tuas palavras fascinantes e sorvo o perfume e as marcas que deixaste. E não choro porque não preciso.
E nem penso no futuro.
Ainda me sentes? Eu fui contigo.
Mas tu roças-me os sonhos sem te deteres na minha fantasia.
Não estou em condição de te pedir nada.
Mas tenho uma vida inteira por inventar.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

...

Um sonho pode voar para fora da minha cabeça
e
perder-se no escuro e não saber mais voltar...

Cristal clear


Sei o que quero.
Nem sempre o que quero é o que pode ser.
Mas sei. E hoje, nesta noite branca, posso sonhar luxuosamente.
Quero o som de um motor a rugir estrada fora.
Quero dizer o que quero. Sem pruridos. Sem pensar no sangue a jorrar das veias por o que quero não ser o que é.
Sei que é possível. Sei que consigo. Que sou capaz.
Aprendi a ser tolerante. Aprendi a esperar.
Ensinaram-me a esperar. Mesmo que seja só por isso. Para não desperdiçar nem tempo nem emoções que não existem.
Sou livre e aceito finalmente a liberdade dos outros. Finalmente.
Se esperamos que tudo seja como queremos...Nada é.
Numa única noite pode-se perceber que há coisas que valem a pena. Se o dizia antes era sem saber. Mas agora percebo. E aceito.
Provavelmente não falo. Provavelmente tenho medo.
Medo das fugas em frente, dos mal entendidos, das emoções reprimidas no hemisfério esquerdo, quando as fibras nervosas se cruzam de uma maneira descontrolada e já não tenho a certeza se sou dextra ou não...
Assusto muita gente e isso é absolutamente irremediável. Não há volta a dar. Assusto muita gente com a minha frontalidade momentânea com coisas que mudam logo a seguir. Com coisas que podem ser para sempre. Com coisas que só eu posso saber e ouvir e entender.
Se fechar os olhos, vejo. Mas nem preciso fechar os olhos.
É tudo cristal clear. Demasiado.
Pareço o que não sou. Tudo tem que ser lido nas entrelinhas. Mesmo com toda a clareza, tudo tem que ser lido por pessoas clarividentes.
Não adianta.
Não há clarividência suficiente.
Isso faz-me sofrer. Mas percebo isso também.
Anda tudo demasiado ocupada a olhar para a mesquinhez interior. Mas se eu, uma pessoa normal, consigo ver por dentro, porque será tão difícil aos outros darem-se ao trabalho de me ver a mim?
Por vezes faz-me falta.
Faz-me falta falar a mesma língua.
Mas fecho os olhos, e oiço essa língua dentro de mim, e haverá maior libertação?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Moi



Aqui estou eu, com uma cara até bem feliz, porque era como me sentia, ou não estivesse perto do mar...
Parece que isto do anonimato cibernáutico faz confusão a muita gente, mas como explico a muitas pessoas que me escrevem, tenho algumas razões para o fazer.
Cada vez me incomodo menos com essas razões, e por falar nisso, hoje vi o diabo e mandei-o pastar...
O diabo é o inergume que me tentou prender e me fez ir parar aos covões paralizada, e me deu cabo da vida este verão.
O que ele não sabe é que do verão tenho outras recordações bem mais importantes, mais dignas de recordar e que ele bem pode continuar a atazanar-me...Porque eu continuo em chamas cá dentro, e nem a medicação toda que tomei me pode apagar!
Um destes dias ele vai ser internado...Espero...
E por causa dos anonimatos, decidi deixar de ser anónima.
O que por vezes até é conveniente, porque escrevo coisas absolutamente indignas de serem associadas a mim...Mas quem me conhece sabe que sou assim. Que gosto de muitas coisas e que nunca deixei de me assumir.
As mulheres dos meus amigos têm ciúmes, mas as minhas amigas vêm ter comigo para me pedirem conselhos.
As mulheres de quem não conheço também sentem ciúmes, e muitas vezes nem sei porquê.
Descansem, minhas queridas.
Não tenho tempo para outras pessoas quando tenho o pensamento ocupado.
E eu procuro o Absoluto, sabem?
Não quero outro inergume na minha vida.
A liberdade é tão boa, que não penso em deixar de o ser tão depressa.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Fermentação


Hoje nem me apetece escrever. As palavras não são o que me fazem sair daqui, hoje, hoje só quero ser eu.
Hoje só quero ir para outro lugar.
Amanhã também, mas não vai ser com tanta intensidade.
Penso só em partir. Ir para casa. Sair desta casa.
Voltar sem pensar.
Sinto-me dormente e sei que tenho que mudar a minha vida.
Tenho fumado demais. Bebido demais.
Tenho-me deixado ir. Têm-me usado. Tenho deixado.
É preciso pensar e parar.
Esta não é a solidão pacífica de que gosto. Esta solidão faz-me sofrer e querer deitar tudo pela janela.
Se não choro, nada sai.
E eu não choro. Preciso de uma segunda pele. Saltar em frente, cega...

Preciso de viver.

O coração dispara e não me atinge. Tenho uma mistura que vai explodir dentro das veias.
Hoje é o dia em que sei que a mudança fermenta.
Deixa este cheiro intenso a mosto.
Não quero viver com estas pessoas. Não quero conviver com pessoas assim.
Sair e gritar. Gritar. Gritar. Ouvem-se os meus gritos? Não se ouvem. Todos os gritos são abafados por um sorriso. Foi sempre assim.
Não vejo o mar há uns dias e preciso afundar-me nele.
Amanhã vou-me embora.

sábado, dezembro 03, 2005

Quem me deixa assim? Quem és tu, afinal?
Se me mostro, porque não te deixas ir? Porque insistes em ser indiferente?
O medo deixa-nos paralizados.
A mim paraliza-me. Não penso.
Quando era criança ia para o pomar comer maçãs e inventava o futuro, e imaginava outro passado.
Agora já não há pomar e mesmo que coma maçãs não sabem ao mesmo. A imaginação é atropelada pela realidade.
É de doidos. Andamos todos passados dos carretos sem nos decidirmos a tomar uma atitude. Não é por mim. Tenho o hábito de avançar na vida. É por ti.
Sei que não estás preparado, mas será que sabes que eu tenho uma maneira diferente de viver?
Se só quero ser feliz, sê-lo-ei.
O medo! O medo!
E deixa-se assim de viver? Por medo? Para não correr riscos?
Não por mim. Fá-lo por ti.
Sai, Satanás! Deixa a casa do senhor! Bloqueias-lhe o pensamento, Satanás!
Confidência por confidência, já agora, digo-te que gosto de ti.
Não sei como nem porquê. Apenas sei.
Não te procuro, sabes? Tu procuras-me a mim.
Sonhas com prioridades. Eu sonho com as minhas fografias a arder. As memórias que não consigo guardar todas no mesmo sítio.
O meu corpo é um segredo. Não é para mostrar ás pessoas. Mas tenho alma, e essa só a vê quem sabe de mim.
Ás vezes dizes-me palavras bonitas.
Se fizesse terapia, eu, era capaz de trocar as voltas todas ao psiquiatra e diagnosticar-lhe as patologias encerradas nele mesmo. Invertia-lhe a terapia. É assim que eu sou...
Mas a ti não te consigo ler. Só pela metade, que te escondes em silêncios e olhares desprendidos.
Podemos apaixonar-nos antes de conhecer alguém?
A mim não me lêem a sina, que se enganam. Também posso trocar as voltas ao destino. Não seria a primeira vez...
Posso transformar a simples palavra mulher numa vertigem de esperança. Posso recuscitar-te desse sono e dessa letargia dormente em que que estás enrolado.
Só prometo o que posso cumprir. Esse é um dos meus lemas.
Posso fazer-te esquecer o apetite que suscito nos outros para satisfazer só o teu. Podes esquecer o mundo dentro do meu corpo. Quem é que dizia isto?
Devagar, com uma febril expectativa de intimidade e renascimento. E podes levantar-te todos os dias com o peito oprimido pela expectativa. Podes, se me deixares entrar.
Podes despertar do transe só á segunda apitadela do carro atrás de ti no semáforo...
E como posso confessar a anormalidade de um sentimento que me dominou antes de te conhecer? Impossível.
Se formos amigos, podemos cantar juntos. Dançar.
Podemos ser só amigos, porque gosto de ti e me divertes.
Pode ser mais do que isto. Pode não ser nada.
Quando me descobrires fraquezes, não me desprezes. E não tentes disfarçar, que o desprezo disfarçado é ainda maior.
O que nos desilude nos homens não é a fragilidade. É a mentira.
Mesmo assim conjecturo tudo o que seria possível acontecer de empolgante num mundo impeditivo onde as pessoas esbarram umas nas outras e tropeçam nas suas próprias fraquezas.
Imagino os encontrões escaldantes e o teu corpo revelado em ângulos exclusivos...
Mas é só a imaginação....

Preciso de um cigarro

Todos os dias levo com quinze minutos de choques eléctricos. Correntes, dizem eles...
Depois exercícios, massagens e o diabo!
Se não fosse as dores nas costas, o chato que é ir todos os dias para a reabilitação, a visão que tenho daqueles idosos todos com pena de mim (coitada, tão nova e já nisto...), as chamadas de número privado a cairem de hora a hora no telemóvel, as perseguições aos meus amigos, a entrada no meu computador com esse programa hackariano, a minha ficha técnica desenhada nas paredes da tua casa, tu a quereres meter-te outra vez na minha vida, tu a deixares-me os nervos em franja com a mania do controle...
Já me tinha esquecido de ti.
Já me tinha esquecido do último dia em que te vi, a arrastar-me possuído, sem noção da realidade.Seria chuva? Seria vento? Estávamos em Agosto, e a droga não bate assim.
Eras mesmo tu doente.
Continuas doente.
Deixa-me! Nem me lembro da tua voz.
Preciso de um cigarro...