terça-feira, dezembro 06, 2005

Fermentação


Hoje nem me apetece escrever. As palavras não são o que me fazem sair daqui, hoje, hoje só quero ser eu.
Hoje só quero ir para outro lugar.
Amanhã também, mas não vai ser com tanta intensidade.
Penso só em partir. Ir para casa. Sair desta casa.
Voltar sem pensar.
Sinto-me dormente e sei que tenho que mudar a minha vida.
Tenho fumado demais. Bebido demais.
Tenho-me deixado ir. Têm-me usado. Tenho deixado.
É preciso pensar e parar.
Esta não é a solidão pacífica de que gosto. Esta solidão faz-me sofrer e querer deitar tudo pela janela.
Se não choro, nada sai.
E eu não choro. Preciso de uma segunda pele. Saltar em frente, cega...

Preciso de viver.

O coração dispara e não me atinge. Tenho uma mistura que vai explodir dentro das veias.
Hoje é o dia em que sei que a mudança fermenta.
Deixa este cheiro intenso a mosto.
Não quero viver com estas pessoas. Não quero conviver com pessoas assim.
Sair e gritar. Gritar. Gritar. Ouvem-se os meus gritos? Não se ouvem. Todos os gritos são abafados por um sorriso. Foi sempre assim.
Não vejo o mar há uns dias e preciso afundar-me nele.
Amanhã vou-me embora.
> Blogger Filipe Simões said...

Penso que o teu desabafo é um pouco o que te vai na alma e aquilo que tu queres deitar cá para fora.
Grita e chora,ás vezes faz bem mesmo que ninguém compreenda os teus problemas,os teus sentimentos.
Mas vive,vive sempre porque viver é o melhor que nós podemos querer.
Beijinhos.

quinta-feira, dezembro 08, 2005 11:05:00 da manhã  

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