quarta-feira, novembro 15, 2006

A nossa miséria

Existem estados tormentosos que nascem do espetáculo da nossa própria miséria subitamente descoberta.
Entre os remédios habituais contra a nssa própria miséria, temos o amor.
Porque quem é absolutamente amado não pode ser miserável.
Todas as fraquezas são resgatadas pelo olhar do amor.
Tudo pode ser encantador.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Caminho

Quando era criança e ia para o pomar comer maçãs verdes e sonhar,
vi nitidamente que o caminho que se abria à minha frente era
o
caminho intransitável
e
permanentemente solitário das perguntas...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Bombom Azul


Um dia, um menino que parecia um Bombom azul veio iluminar a minha vida.
Um olhar imenso. Um sorriso fascinante.
Ainda não sei verdadeiramente o que me trouxe este Bombom azul.
O meu bébé era (é) um perfume azul.
Uma flor azul.
Um anjo azul
.

sábado, novembro 04, 2006

A casa

O céu está tão baixo. Os pássaros voam tão alto. E eu na casa que já foi um sonho e agora é um pesadelo que me entrou na pele poro a poro e, quando falo, é ela que fala, quando grito, é ela que grita, e, quando choro, é ela que chora: A Casa.
As labaredas subindo pelas paredes, pelos móveis, pelas portas de madeira. Uma casa a arder dentro de mim e eu a olhar as chamas a devorar as madeiras, os móveis, os livros, as roupas. A casa.
A àgua a entrar pela porta, pelas janelas, em golfadas.
A àgua a subir lentamente pelas paredes e as coisas a ficarem submersas, afogadas.
Uma goteira a pingar, a pingar até enlouquecer. A casa.
As paredes a tremerem, os tabiques a desmoronarem-se, o telhado a desfazer-se numa nuvem de poeira e pedaços de telhas. A casa.
Fechada e silenciada depois da morte. Os sons, os cheiros, as imagens que a habitam. A casa.
Uma porta fechada que é uma tentação, como o são todas as portas fechadas.
Todas as pessoas fechadas.
Pessoas sem chave.
Pessoas que nunca ninguém abriu e vivem fechadas até morrer.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Pedimos desculpa pelo incómodo...

Voltamos à base...
O que quer dizer... Ao endereço antigo. A casa.
O passado, por vezes, torna-se pálido...