sábado, dezembro 03, 2005

Quem me deixa assim? Quem és tu, afinal?
Se me mostro, porque não te deixas ir? Porque insistes em ser indiferente?
O medo deixa-nos paralizados.
A mim paraliza-me. Não penso.
Quando era criança ia para o pomar comer maçãs e inventava o futuro, e imaginava outro passado.
Agora já não há pomar e mesmo que coma maçãs não sabem ao mesmo. A imaginação é atropelada pela realidade.
É de doidos. Andamos todos passados dos carretos sem nos decidirmos a tomar uma atitude. Não é por mim. Tenho o hábito de avançar na vida. É por ti.
Sei que não estás preparado, mas será que sabes que eu tenho uma maneira diferente de viver?
Se só quero ser feliz, sê-lo-ei.
O medo! O medo!
E deixa-se assim de viver? Por medo? Para não correr riscos?
Não por mim. Fá-lo por ti.
Sai, Satanás! Deixa a casa do senhor! Bloqueias-lhe o pensamento, Satanás!
Confidência por confidência, já agora, digo-te que gosto de ti.
Não sei como nem porquê. Apenas sei.
Não te procuro, sabes? Tu procuras-me a mim.
Sonhas com prioridades. Eu sonho com as minhas fografias a arder. As memórias que não consigo guardar todas no mesmo sítio.
O meu corpo é um segredo. Não é para mostrar ás pessoas. Mas tenho alma, e essa só a vê quem sabe de mim.
Ás vezes dizes-me palavras bonitas.
Se fizesse terapia, eu, era capaz de trocar as voltas todas ao psiquiatra e diagnosticar-lhe as patologias encerradas nele mesmo. Invertia-lhe a terapia. É assim que eu sou...
Mas a ti não te consigo ler. Só pela metade, que te escondes em silêncios e olhares desprendidos.
Podemos apaixonar-nos antes de conhecer alguém?
A mim não me lêem a sina, que se enganam. Também posso trocar as voltas ao destino. Não seria a primeira vez...
Posso transformar a simples palavra mulher numa vertigem de esperança. Posso recuscitar-te desse sono e dessa letargia dormente em que que estás enrolado.
Só prometo o que posso cumprir. Esse é um dos meus lemas.
Posso fazer-te esquecer o apetite que suscito nos outros para satisfazer só o teu. Podes esquecer o mundo dentro do meu corpo. Quem é que dizia isto?
Devagar, com uma febril expectativa de intimidade e renascimento. E podes levantar-te todos os dias com o peito oprimido pela expectativa. Podes, se me deixares entrar.
Podes despertar do transe só á segunda apitadela do carro atrás de ti no semáforo...
E como posso confessar a anormalidade de um sentimento que me dominou antes de te conhecer? Impossível.
Se formos amigos, podemos cantar juntos. Dançar.
Podemos ser só amigos, porque gosto de ti e me divertes.
Pode ser mais do que isto. Pode não ser nada.
Quando me descobrires fraquezes, não me desprezes. E não tentes disfarçar, que o desprezo disfarçado é ainda maior.
O que nos desilude nos homens não é a fragilidade. É a mentira.
Mesmo assim conjecturo tudo o que seria possível acontecer de empolgante num mundo impeditivo onde as pessoas esbarram umas nas outras e tropeçam nas suas próprias fraquezas.
Imagino os encontrões escaldantes e o teu corpo revelado em ângulos exclusivos...
Mas é só a imaginação....
> Blogger Mary Mary said...

Gosto tanto da maneira como escreves... :)

segunda-feira, dezembro 05, 2005 12:35:00 da tarde  

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