sábado, dezembro 03, 2005

Preciso de um cigarro

Todos os dias levo com quinze minutos de choques eléctricos. Correntes, dizem eles...
Depois exercícios, massagens e o diabo!
Se não fosse as dores nas costas, o chato que é ir todos os dias para a reabilitação, a visão que tenho daqueles idosos todos com pena de mim (coitada, tão nova e já nisto...), as chamadas de número privado a cairem de hora a hora no telemóvel, as perseguições aos meus amigos, a entrada no meu computador com esse programa hackariano, a minha ficha técnica desenhada nas paredes da tua casa, tu a quereres meter-te outra vez na minha vida, tu a deixares-me os nervos em franja com a mania do controle...
Já me tinha esquecido de ti.
Já me tinha esquecido do último dia em que te vi, a arrastar-me possuído, sem noção da realidade.Seria chuva? Seria vento? Estávamos em Agosto, e a droga não bate assim.
Eras mesmo tu doente.
Continuas doente.
Deixa-me! Nem me lembro da tua voz.
Preciso de um cigarro...

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