sábado, março 03, 2007

Aborto sem tino

Se vamos falar de erros e de vontade de voltar atrás e de recordações amargas, é para aqui que me mudo.
Para o canto onde despejo os restos. As frustrações.
Como quando estou deitada na cama, quieta, como um trapo, com a pele esquartejada, e a repetição é uma verdade da natureza plana que se forma quando uma nuvem dá origem a outra no céu.


''Não há nada dentro de mim, doutor...''
''Ele deixou espaço dentro de mim e faz escuro lá dentro, doutor...''
''Estou a morrer, não é, doutor?''

''Não, menina, você está só a abortar as ilusões''

Foi uma gravidez utópica.
não devia ser tópica? a gravidez? não devia ser na alma? como é que se aborta a alma?

Cospe-se sangue até sair tudo? Deitam-se as pessoas numa cama até sair tudo? Ignora-se a alma? Finge-se mais um bocadinho?
Not this time. Não há mais mentiras.
> Blogger A Burra Nas Couves said...

Faço minhas as tuas palavras. Mas saber exactamente o que é sentir-se assim, é também ter vivido a vida em cheio. Só quem vive a vida assim em cheio se pode deparar com tamanhos vazios.

domingo, março 04, 2007 6:16:00 da tarde  
> Blogger Deus Existe said...

Cospe. Mas podes cuspir-me em cima. Já que não dizes nada, é melhor...

quarta-feira, março 14, 2007 9:02:00 da manhã  

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