O meu crime

Uma prisão imaginária.
Um velho edifício cinzento. Uma sala central circular, fechada em cima por uma rede de arame farpado, de onde partem quatro corredores sombrios e intermináveis. Celas poeirentas de dois metros por três. Chão de cimento manchado de urina e de humidade. Paredes eriçadas de londos pêlos brancos de bolor. Algumas tábuas sujas no lugar da cama. Bacio de madeira.
Portas de ferro enferrujadas fechadas com barras de ferro e vidros pintados de branco para os presos não poderem ver nada do que se passa no exterior.
O pior horror imaginado.
O meu crime? Ter aberto uma ferida de esperança no meu peito.
Tenho a sensação de ser condenada, sem sequer ter sido julgada, a prisão perpétua.
Mas e apontas-me um revolver dessa forma? Deves ser uma mulher de armas. :-)
Condena-me!