O espelho
Sigo o meu rumo e a minha existência como quem anda atrás de si própria, presa a essa outra metade que comecei a entrever do outro lado do espelho quando ainda morava noutra casa.
Uma parte de mim quase lúcida que me protege e me incita a seguir em frente, a não parar nem me instalar definitivamente dentro de paredes vestidas de anjos e papoilas como um hóspede amuado, só para não me deixar prender pela rotina, nem me demitir da vida.
Só para não morrer. Como se quisesse que a minha pele, os meus gestos, o meu pensamento tivessem a consistência de uma vida anterior.
Falo com muita gente. Pessoas que me contam os seus medos, os seus mundos, lugares á beira de estradas sem área de serviço, cheias de fumo e do ruído veloz do ar que se desloca entre as massas enormes dos camiões e dos carros que correm na miragem do asfalto, transformado pouco a pouco num lago de cimento metálico por baixo de um céu semelhente a uma tampa de chumbo.
Nesses lugares, o amor já não existe. Torna-se um luxo, porque os corpos, cansados de lutar, já se esqueceram do sentimento e do prazer.
Já não há saudade, nem nostalgia, nem mesmo lembranças de alegrias fugazes.
Mas existe vida. Existe sempre a vida.
Uma parte de mim quase lúcida que me protege e me incita a seguir em frente, a não parar nem me instalar definitivamente dentro de paredes vestidas de anjos e papoilas como um hóspede amuado, só para não me deixar prender pela rotina, nem me demitir da vida.
Só para não morrer. Como se quisesse que a minha pele, os meus gestos, o meu pensamento tivessem a consistência de uma vida anterior.
Falo com muita gente. Pessoas que me contam os seus medos, os seus mundos, lugares á beira de estradas sem área de serviço, cheias de fumo e do ruído veloz do ar que se desloca entre as massas enormes dos camiões e dos carros que correm na miragem do asfalto, transformado pouco a pouco num lago de cimento metálico por baixo de um céu semelhente a uma tampa de chumbo.
Nesses lugares, o amor já não existe. Torna-se um luxo, porque os corpos, cansados de lutar, já se esqueceram do sentimento e do prazer.
Já não há saudade, nem nostalgia, nem mesmo lembranças de alegrias fugazes.
Mas existe vida. Existe sempre a vida.
A vida estará lá sempre para nós... Nunca nos abandona!!!
Não sei muito de ti mas no texto anterior(Demasiado real e imediato), que fui incapaz de comentar no espaço devido, denoto necessidades emergentes e nada conscientes,sentimentos muito positivos sufocam na esperança que tomes algumas medidas ecológicas. Tudo está como um código baralhado e sem lógica em que te perdes. Há tanta coisa que odiamos em nós que devmos aceitar e amar (e não meramente orgulhar por acumulação de sapiência).
Desculpa. Talvez não seja de ti que esteja a falar, mas de mim espelhada nas tuas palavras. Recuperar não tem nada de lindo excepto quando se acredita sem se dar conta que se está a acreditar.