quarta-feira, julho 26, 2006

Sonho




sentei-me na cama, fitei as luzes e os livros até as imagens se tornarem turvas, o meu quarto se transformar num mar imenso e o meu corpo se encolher como se estivesse à procura de um abrigo num canto de rocha, tentando proteger-me daquela àgua montada em rolos de escamas grossas que se abatiam pouco a pouco sobre mim, enquanto ao longe uma luz estranha explodia em linguas de fogo que se apagavam nas ondas lentas e poderosas, semelhantes a cobras imensas que resvalavam para dentro de um céu molhado e sem peso onde mergulho impelida por uma força singular. E no meio dos destroços de barcos naufragados, de âncoras enferrujadas, de corpos regelados cobertos pelo manto fúnebre de algas e dos objectos que flutuavam no meio dos peixes à laia de restos inúteis e incongruentes, nadava, abraçando a àgua com gestos leves, tocando a areia que remexia, retirando estrelas sem brilho que repousavam como astros caídos dos abismos celestiais.
> Anonymous Anónimo said...

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quarta-feira, março 07, 2007 12:57:00 da manhã  

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